Hospital Universitário Cajuru participa do 1° Encontro Internacional do Projeto Paciente Seguro

Evento realizado em Porto Alegre (RS) contou com a participação de convidados dos EUA, da Espanha e da África

O compartilhamento de duas experiências estrangeiras na área da saúde marcou o 1° Encontro Internacional do Projeto Paciente Seguro, realizado nos dias 30 e 31 de março em Porto Alegre. Também houve apresentações de resultados alcançados por 15 instituições brasileiras participantes da iniciativa, entre eles o Hospital Universitário Cajuru. Criado para evitar eventos adversos – termo que designa complicações indesejadas decorrentes de procedimentos incorretos em pacientes –, o projeto é coordenado nacionalmente pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Ministério da Saúde.

O projeto “Implantação do Programa de Segurança do Paciente e Desenvolvimento de Ferramentas de Gestão, Educação e Práticas Compartilhadas” é desenvolvido por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) para melhorar a segurança do paciente em hospitais públicos em todo o país, com base no Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Elenara Ribas, líder do projeto, ressalta que começam pelas pessoas os processos para se evitar a ocorrência de eventos adversos. “Compartilhar é a palavra deste encontro, por isso contamos com a presença de todas as instituições participantes e cerca de 350 pessoas, que serão replicadoras de boas práticas”.

Os representantes da instituição no evento destacam a importância da iniciativa. Destacaram que a presença no encontro permitiu o aprendizado de que a cultura do cuidado centrado no paciente só irá acontecer com a colaboração de todos, e que essa construção pluridisciplinar de soluções exige atenção e precisa ser uma mudança sustentável. Além disso, ressaltaram que o projeto paciente seguro vai além da ciência, e que representa todo amor, respeito e responsabilidade pela vida humana. Na ocasião, o Hospital Universitário Cajuru também foi representado pelo coordenador da Qualidade, Rodolfo Kogeratski, pelas enfermeiras Elaine Marcelino e Emmanuelle Ildefonso, pelo Coordenador Médico, José Rodriguez, pela farmacêutica Edicleia Ribeiro, e pelas coordenadoras de enfermagem Lorena Pires e Daniele Sukoski.

Entre os palestrantes internacionais, Melinda Sawyer, diretora de Segurança e Educação de Pacientes da Johns Hopkins Medicine, dos Estados Unidos, apresentou um amplo estudo mostrando que a principal conquista para melhorar o cuidado com o paciente é a mudança de cultura na hora de consolidar um novo procedimento. De acordo com Melinda, erros com pacientes são a terceira causa de morte nos EUA. Com o programa adotado na instituição, chamado de CUSP, sigla para Comprehensive Unit Safety Program, houve redução de 66% na infecção sanguínea por cateter e redução de 71% nos casos de pneumonia associados ao uso de ventiladores. Anualmente, a economia para o sistema de saúde dos EUA chega a US$ 1,1 milhão com a adoção do programa.

Da Espanha veio a constatação de que é importante ouvir quem está internado. Na palestra “O papel do paciente na segurança do paciente”, o psicólogo clínico José Joaquín Mira Solves, professor da Universidade Miguel Hernández de Elche, de Alicante, enfatizou que o profissional da área da saúde não deve prescindir do relato de quem recebe os cuidados.

O diretor executivo do Ubora Institute, Ernest Kanyoke, também descreveu seu trabalho na área da saúde na África. Um dos exemplos apresentados foi a implementação de programas de melhoria, monitoramento e avaliação diminuiu a mortalidade de crianças até cinco anos de idade.

No intervalo entre painéis e debates houve a comemoração pelos quatro anos do Programa Nacional de Segurança do Paciente, completados no dia 1º de abril.

Dicas de Melinda Sawyer, diretora de Segurança e Educação de Pacientes da Johns Hopkins Medicine: 

  • É preciso engajar equipes, educar, executar e avaliar os processos adotados;
  • Comecem por uma unidade. Depois ampliem para outras áreas;
  • É necessário ter transparência com toda a equipe envolvida sobre as novidades;
  • É preciso deixar bem claro por que está se alterando um processo e por que os funcionários envolvidos precisam fazer diferente;
  • Muitas pessoas têm sentimento de perda quando se diz que não é para fazer mais da forma que faziam. Então, é preciso dar suporte para elas. Se não fizer isso, não vai dar certo. É necessário apontar o benefício da mudança.

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